17 de mar. de 2009

Seção "Motor a lenha"

Senhoras e senhores, voltando à esta seção quase periódica vamos hoje falar sobre um carro que até os dias atuais é considerado por muitos o mais bonito da história da Fórmula 1, estou falando do Lotus 98T.



Este carro era equipado com um motor Renaut turbo que é o mais potente de todos os tempos chegando a cerca de impressionantes 1000 HPs. Foi pilotado pelo nosso eterno Ayrton Senna na temporada de 1986 o qual conseguiu marcar 8 pole positions (Brasil, Espanha, San Marino, Leste dos EUA, França Hungria, Portugal e México) e 2 vitórias (Espanha e Leste dos EUA) terminando o campeonato em uma brilhante quarta posição atrás somente do campeão Alain Prost com a Mclaren e das Williams de Nigel Mansel e Nelson Piquet e colocando a equipe na terceira posição dos construtores. O outro piloto a guiar esta maravilha foi o bretão Johnny Dumfries.



Desenhado por Gérard Ducarouge o chassi apresentava um cockpit menor que o carro do ano anterior, o Lotus 97T, devido a uma mudança no regulamento desportivo que forçava a redução da capacidade do tanque de combustível para 195 litros. O propulsor era um novo motor Renault EF15bis Turbo, 6 cilindros em V, associado a uma transmissão Hewland manual de 5 ou seis velocidades. O EF1bis aparecia em duas versões, o motor padrão e o motor “D.P.” que apresentava molas nas válvulas pneumáticas pela primeira vez. Ao final da temporada a Renault introduziu o EF15C revisado com um sistema mais apurado de injeção de combustível e com uma maior refrigeração dos cilindros retardando a pré-detonação do combustível, tornando dessa forma o carro mais econômico.

A caixa de marchas vinha em duas variações; a convencional de cinco velocidades e a nova de seis velocidades. As seis velocidades foi um grande avanço na caixa de marchas, porém o equipamento não era muito confiável, provavelmente por isso Senna sempre optava por correr com a caixa de cinco velocidades. Dumfries fora então incumbido de testar a caixa de seis velocidades, sem obter grande sucesso na seara da confiabilidade. Os componentes internos de ambas as caixas de marchas eram manufaturados pela Hewland, porém a caixa em si era desenhada e fabricada pela própria Lotus.



Outra notável inovação do 98T incluía um ajuste de altura em dois estágios, injeção de água através dos intercoolers, uma forma inaugural de acesso ao cockpit, também presente no 97T e um avançado micro computador que administrava o consumo de combustível.

Durante a temporada de 1986 da Fórmula Um, o paddock estava muito ávido por especulações a respeito da legalidade ou não do novo Lotus 98T. O crescimento dos rumores recaíam cada vez mais sobre Peter Warr, o então diretor executivo da Lotus, que por sua vez emitiu uma declaração oficial a imprensa com o intuito de estancar os rumores e pedindo inclusive as outras equipes que protestassem oficialmente contra o veículo, caso estas realmente tivessem alguma desconfiança sobre a legalidade do projeto, porém nenhum protesto fora apresentado.



Ficha técnica:
Pilotos: Ayrton Senna e Johnny Dumfries
Desenhistas: Gérard Ducarouge e Martin Ogilvie
Chassi: Fibra de carbono, monocoque em Kevlar com anteparos de alumínio
Suspensão dianteira e traseira: haste de tração, amortecedores Koni
Freios: Discos de Carbono Caixa de marchas: Hewland/Lotus, cinco ou seis velocidades, manual
Comprimento total: 4800 mm
Peso: 540 Kg
Capacidade do tanque de combustível: 195 L
Cabeçote e Bloco de alumínio, 6 cilindros em V
Capacidade cúbica total: 1492 cc
Número de cilindros: 6 a 90 graus
Quatro válvulas por cilindro, DOHC, injeção eletrônica de combustível
Turbo: Garrett (2), sem válvula de descarga para motores de qualificação;
RPM máximo: 13.000
Peso do motor: 154 Kg com os turbos
Velocidade Máxima: 340 km/h.

FONTE: F1 Nostalgia

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