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5 de dez. de 2013

Sob os zerinhos do tetra


No ultimo texto deste blog sobre a corrida do Japão o tetra campeonato do alemão Sebastian Vettel no Grande prêmio da Índia já era previsto, o que de fato aconteceu. Depois disso, mais três corridas ainda restavam para serem realizadas no campeonato e talvez nada tivesse mais graça. Porém, todo gênio faz uma coisa diferente para manter a expectativa do publico. Todo fora de série inventa algo para impressionar os fãs e manter a audiência, além de produzir matéria para as mídias. 

Sebastian Vettel em um ato pensado ou não, ninguém tem certeza, comemorou seu quarto campeonato na Índia fazendo zerinhos na reta principal, desrespeitando as normas da FIA, quebrando o protocolo, fazendo o que o publico presente ou pela TV deseja. Uma emoção diferente. 

A punição e absorção da multa pela Red Bull fez elevar o tom do “Sebastian, great job”. Mais do que isso, gastar 50 mil em qualquer moeda e ver sua marca rodar o mundo com um gênio fazendo acrobacia, vale muito mais do que obedecer um grupo que quer tomar chá Inglês nas pistas. Isto é marketing, isto é negócio, isto vai de encontro ao slogan “te dá asas” relacionado ao nome da equipe de Vettel. E isto é SHOW, isto é Formula um.

Para nós, nobres mortais que esperávamos a ultima corrida do ano e a decisão do campeonato em Interlagos, os ânimos quase se abrandaram. Os comentários dos “leigos”, chamemo-nos assim, eram: “ Vai ver o que lá? O campeonato acabou.” ou “ Tem graça ver alguma coisa que não vale nada?”, estas entre outras frases soavam e doíam como as chicotadas no lombo de um escravo para ele desistir do seu sonho de liberdade. 

E Nós, meros escravos da paixão pela velocidade éramos estimulados pela sequência de zerinhos do alemão Vettel a cada vitória. A visão do tetra campeão rodopiando, bailando, domando uma máquina ali, na frente da arquibancada no setor A, onde ficamos 3 dias com sol, chuva, frio, cerveja quente e churrasquinho sem sal e caro diga-se de passagem,  se tornava cada vez mais real. Veio Abu Dabhi e Austin, Vettel venceu com seus zerinhos. Só faltava Interlagos.

 Interlagos que este ano estava vazio para os padrões da corrida. O setor A folgado, o G que sempre lota, com apenas alguns amontoados de gente, dava pra ver a estrutura metálica da arquibancada. Os ingressos em abundância e apenas dois setores esgotados. Os portões que sempre abrem antes do horário marcado, este ano abriram no horário. Ou seja, tudo preparado para um evento abaixo da expectativa.
  
A torcida sem noção pensou em fazer uma faixa com os dizeres: “Vettel and others give us DONUTS.” Mas, se não temos tempo pra escrever, que dirá fazer faixa. Estávamos preocupados com as camisas, a logística da fila e do lugares, as punições convertidas em piadas e cervejas e as homenagens aos que sofreram perdas eternas ou temporárias.Todas as nossas preocupações foram resolvidas. Camisas prontas, fila pequena, lugar reservado, cerveja a beça e homenagens feitas. Só que para todo sacrifício, toda dor e todo empenho, existe uma recompensa. Para nós da torcida sem noção ela veio em três momentos ímpares no domingo. 

1.    Webber sem capacete e sua cara ao vento.
2.    As meias luas do Felipe Massa na Ferrari há uns 50 metros da gente, sim, meia lua, zerinho ele fez em 2011.
3.    Para coroar uma corrida morna, para coroar mais um ano de alegria e felicidade, eis que lá vem ele o tetra campeão, o alemão abusado, que dá nome de mulher a todos os seus carros, conduzindo sua RB9 chamada de “Hungry Heidi” (“Heidi Faminta”, em português), docilmente até que em nossa frente entre um piscar de olho e a ação de buscar o celular para filmar, tirou sua máquina para dançar. Foram cinco zerinhos. Nos nossos ouvidos o som do motor alto e nas nossas narinas o cheiro da fumaça dos pneus. Típica cena de festa de 15 anos. Troque o barulho do motor pela valsa e a fumaça dos pneus pela do gelo.








Estávamos nós lá, presenciando o show que gostamos de ver, presenciando momentos impares que os “leigos” não sabem que existem, ou sabem e não se importam. Estávamos lá, cada um a sua maneira,  alegres e felizes. Uma chorando copiosamente por 30 minutos, outros com as mãos marcadas e manchadas de sangue devido à invasão da pista. Vários gritando e se abraçando com a alegria e o sorriso que ninguém e nem o ingresso mais caro, o do paddock pode pagar. 

Isto amigos, a televisão não mostra, os jornais e sites não falam, os “leigos” debocham e nós vivemos. São três dias que valem pelos outros trezentos e sessenta e dois de cada ano de espera. Bom, menos para aqueles que não querem viver.

Por:

Ávilas Rocha