Voce se lembra do ano de
1994? Eleição do FHC colhendo os louros do plano real, plano este criado por
Itamar Franco, seu ministro Rubens Ricupero e a sua equipe econômica. Ano que o
Brasil saiu da fila no Futebol, com galvão bueno gritando o famoso: “ É TETRA,
É TETRA, É TETRA!!!”, você se lembra ou só te contaram sobre isso? Voce viu ou lhe
fizeram acreditar sobre os milagres de 1994?
E o 1º de maio de 1994? O dia do trabalho. Data tão festejada
no século passado que acabou virando só mais um dia de folga, assim como são tantos
outros feriados que não são vivenciados como datas, mas sim como lazer. Quem
tem mais de 30 anos pode descrever bem o
que foi o 01/04/94. Não um dia do festejo do trabalho, mas sim, o dia da morte
do maior idolo que o Brasil teve. Não tem Pelé, Roberto Carlos, Getulio Vargas
ou loiras. Foi o dia quê, quando todos estavam esperando mais uma manhã de vitória
e alegria, a incerteza tomou conta. O Brasil das vitórias, o Brasil da alegria
que o ídolo porprocionava, virou o Brasil da interrogação. Cinco horas de
agonia e esperança, até a morte anunciada.
E
o que você fazia, o que o Brasil fazia nesta data? Uns estavam na igreja,
outros jogando bola. Uns viajando, outros trabalhando. Muitos ligados na TV,
outros começando namoros e marcando encontros pós corrida.
O
ídolo se foi, Senna Morreu. Fizeram filmes, musicas, revistas, estátuas,
avenidas e mais coisas, mas o seu legado nesses vinte anos o que proporcionou?
Bom, para quem acompanha a velocidade, a realidade é dura.
O
fantástico piloto e o ídolo brasileiro se mixaram. Foi criada a imagem do super
vencedor, o defensor das criançinhas e dos necessitados, o super homem que cura
cancer e unha encravada.
E assim, aos que gostam de ganhar e não da magia da
velocidade, o seu poder seria passado para os descendentes. Isso aconteceria de
forma natural, Senna com seu cajado mágico faria os 16 discípulos que o
suscederam e que largaram na F1 até hoje, baterem schumacher, Alonso, Hamilton
e Vettel. O fantástico mundo da
velocidade brasileira, sem apoio, sem invetistimento, sem preparação e só
vivendo das glórias de Landi, Emerson, Pace, Piquet, Senna, Ferran, Castro
Neves e outros seria mantida.
Mundo
Cruel o da roda, né? Mundo injusto aos que esperam apenas o resultado. Aos que
buscam dizer: Ganhamos porra!!! Ou, Amarelão
do Caralho!!! Seriam nossos 16 postumos pilotos tão incompetentes? Seriam
nossos 16 pilotos tão azarados? Seriam eles perseguidos por equipes, humilhados
e chicoteados senão abrissem passagem ou batessem de propósito?
Não
meus caros, Rubens Barrichello, Cristian Fittipaldi, Antonio Pizzonia, pedro
paulo Diniz, Cacá Rosset, Tarso Marques, Ricardo Zonta, Luciano Burti, Henrique
Bernoldi, Cristiano da Matta, Felipe Massa, Nelson angelo Piquet, Bruno Senna,
Lucas de Grassi, Mauricio Guguelmin e Roberto Pupo moreno não eram, não foram e
não são Senna.
Tivemos
que listar todos os pilotos brasileiros que largaram na F1 depois da estréia de
Senna, para tentar alertá-los que os gênios e campeões não nascem na grama,
aliás, tem que comer muita grama, areia, poeira e bater com a cabeça na
barreira de pneu para se fazer um campeão. Não que os que listamos e os que
vierem a sentar num formula um não o sejam. Todos tentam de alguma maneira, mas
apenas os diferenciados são os escolhidos.
Assim aos que ainda vivem entre 84 e 94, aos que dizem que
bons eram aqueles tempos, já passou da hora de acordar do sonho e saber que a
realidade hoje no automobilismo não combina com nacionalismo e orgulho de
bandeira em punho. Aos que querem saber quem vence sempre, a moda da vez não é nas
pistas, pde ser no octogono ou nas piscinas. Aproveitem enquanto dura, pois,
como no automobilismo se passaram 20 anos de seca, o mesmo acontece e
acontecerá nos outros esportes e seus ciclos.
Aos que ainda sim vivem de amor pela velocidade, esses sabem
muito bem que um rei morto é rei posto. Seus feitos ficam, como a segurança
depois de tantas mortes. Vinte anos sem mortes é mais que uma vitória, ver os
acidentes de Kubica no Canadá, Webber em Valência ou Gutierrez no Bahrain, é um
título. A coroa percorre as cabeças de novos gênios. Sejam eles alemães,
espanhois, ingleses ou alemães de novo. Quem sabe quanto tempo ainda teremos para um
novo rei tupiniquim?
Sem
previsão, apenas expectativas, porém, quem gosta de velocidade não tem
nacionalidade.