26 de mar. de 2013

Separando os homens dos meninos


Turma sem noção e os com noção que acessam e leem esse famigerado e controverso blog que fala sobre a formula 1 e afins. Pois bem, o assunto do momento são as conversas pelo rádio das equipes RBR e Mercedes com seus pilotos no GP da Malásia e suas consequências. A maioria comenta com maior fervor sobre o que ocorreu na RBR, a atitude de Vettel em desrespeitar o que foi determinado ao ultrapassar Webber para vencer a corrida e pouco se fala sobre a atitude do Rosberg de respeitar a ordem da equipe contra sua própria vontade. Duas decisões numa mesma situação que se opõem como o côncavo e convexo. Duas atitudes que claramente separam os homens dos meninos. 




Todos sabem que o circo da formula 1 é um formado por um seleto grupo de pilotos, que atualmente pagantes ou não, estão na nata da profissão e de uma habilidade acima de qualquer duvida. Porém além da habilidade existe a personalidade e nem todos que lá estão conseguirão vencer uma corrida ou vencer um campeonato. Isto é privilégio de poucos, daqueles que em em sua maioria tem o melhor equipamento nas mãos. Às vezes alguma obra do destino faz com que um piloto vença uma corrida com um carro inferior como Panis de Ligier, Frentzen de Jordan ou Johnny Herbert de Stewart. Fora isto as vitórias e os títulos ficam entre os que pilotam os carros das equipes mais fortes, com maior investimento e melhor desempenho. 

Desde os primórdios da formula um que as ordens de equipe e os acordos existem, são sacramentados e cumpridos ou não. Porque isto? Oras o livre arbítrio existe e cada um toma a decisão que mais lhe é conveniente. Vamos ao que Vettel escolheu: Havia um acordo para que ele não ultrapasse Webber e que terminasse o GP da Malásia segundo, deixando as glorias da vitória para o Webber. Vettel não o cumpriu, jogou o carro de lado, passou Webber numa manobra espetacular e venceu, deixando Webber cheio de raiva e chorando a derrota como uma traição. 

Vettel deu entrada no clube dos campeões “canalhas” da formula 1 com essa atitude. No grupo dos vencedores que passam por cima de tudo e de todos para alcançar seu objetivo, que toma a decisão que lhe é conveniente e arca com as consequências. Foi assim com  Piquet, Prost, Senna, Schumacher, Alonso e Hamilton entre outros. Senna quebrou a regra contra Prost e Prost não aceitou as regras de Senna na passagem de ambos na Mc Laren. A alcunha de Dick Vigarista imposta a Schumacher já fala por si só. E o mais recente que se deu em 1997, quando Hamilton recebeu uma ordem para favorecer Alonso e ao invés de se apequenar, mandou Ron Denis para aquele lugar e se impôs na equipe. O mesmo que Vettel com essa atitude faz. Está mostrando para todos que ele é o cara da equipe, que se há chance de vitória possível, ele correrá atrás para tentar vencer. Atitudes de pilotos vencedores, pilotos que sabem que precisam aproveitar qualquer chance que tem para alcançar a glória. 


Rosberg, ao contrário de Vettel, passou Hamilton na reta antes dos boxes, Hamilton devolveu a ultrapassagem na reta seguinte. Rosberg ao invés de ir pra cima e passá-lo novamente, ficou reclamou no rádio que estava mais rápido e pedindo passagem. Pedido este negado pelo Ross Brawn e aceito prontamente pelo piloto alemão. Rosberg teve a chance de se afirmar na equipe, como Hamilton o fez em 2007, mas preferiu seguir as ordens, assim como Webber, Massa, Barrichello, Coulthard entre outros. Rosberg preferiu se acomodar e como um menino chorar que também quer tratamento igual.
 As coisas no mundo competitivo não funcionam assim. Barrichello já falou que depois do fatídico domingo na Áustria, onde a equipe o saudou com um “good job”.  Ele achou que seu conceito na Ferrari iria mudar, que teria mais chances na Ferrari, mas na sua reapresentação, ele percebeu que nada tinha mudado e que ninguém deu valor a sua ação de abrir as pernas para o alemão Schumacher. 

Caros leitores que chegaram até aqui, na Bahia existe o seguinte ditado: “Se não guenta vara (baguete), peça cacetinho (pão frances)”.  Para conviver e disputar com pessoas que querem vencer a todo custo, ou voce se iguala a eles usando as mesmas armas ou então pega seu boné e vaza. Rosberg poderia ter passado e não o fez. Webber poderia ter jogado Vettel na grama e também no o fez, alias, Webber poderia ter feito como na formula 1 antiga e como se faz na Nascar até hoje, uns belos tapas em quem ele chamou de moleque serviriam como lição. Mas, assim como tantos outros, se apequenar como segunda escolha foi a melhor decisão. 

Webber, Rosberg e demais, aprendam, o mundo é dos homens não dos meninos, dar dedo, chorar no rádio, reclamar na TV, se fazer de coitadinho, assumir o erro dos outros, só os fazem perder a credibilidade que lhes foi dada, seja pela equipe ou pelos seus fans

As contas bancárias continuarão gordas, mas e a sala de troféus? O que fica para a história é a saga dos vencedores, não o brilho apagado dos coadjuvantes. 

Por:

Ávilas Rocha  

  

3 comentários:

Gostei muito. Só não concordo sobre jogar o outro na grama. Ele tinha era q vencer a disputa na pista, não se deixar ser ultrapassado. E sendo, aceitar e pronto. Mas Webber não é de aceitar as coisas q lhe desagradam e muito menos pedir desculpas, como nas muitas vezes em q tentou prejudicar Vettel (cof cof GP do Brasil). Já o alemão, nem se desculpando deixa de ser vilão.

Gostei muito. Só não concordo sobre jogar o outro na grama. Ele tinha era q vencer a disputa na pista, não se deixar ser ultrapassado. E sendo, aceitar e pronto. Mas Webber não é de aceitar as coisas q lhe desagradam e muito menos pedir desculpas, como nas muitas vezes em q tentou prejudicar Vettel (cof cof GP do Brasil). Já o alemão, nem se desculpando deixa de ser vilão.

O "jogar na grama" é só uma forma de expressão para a atitude do Webber de não deixar passar.